São Paulo enfrenta técnico que recebia passes (e grana) de Maradona no Boca
Tales Torraga
Hoje ele será discreto participante de São Paulo x Trujillanos às 21h45 no Morumbi.
Mas Horacio Matuszyczk, 54 anos, técnico do time venezuelano, sabe o que é ser protagonista. E parceiro de ataque de Maradona na Bombonera lotada.
Horacio, El Polaco, é argentino apesar do apelido. Jogou 29 vezes pelo Boca de outubro de 1981 a maio de 1982. Atacante, ponta direita e esquerda. Fez dois gols.
A estreia foi 7×1 contra o San Lorenzo de Mar del Plata na Bombonera com 50.000 pessoas: “Entrei faltando 20 minutos. O primeiro passe que recebi foi de Brindisi. O segundo, de Maradona. Depois Diego me deixou na cara do goleiro, que defendeu.''
''O estádio estava lotado, conseguia sentir o público vindo para cima. Sensacional.''
Polaco jogou também com outros jogadores marcantes na época como Gareca, Mouzo, Gatti, Benítez e Ruggeri.
E ser companheiro de Maradona, como era? “Éramos novos, eu tinha 20 e ele 21. Estávamos começando, embora Diego já somava temporadas na Primeira. Estava se adaptando a ser Maradona, um diferente no futebol.''
''Como companheiro foi excepcional, sempre se comportou como um a mais, sem impor vaidade. Era defensor dos demais, já se via liderança, mesmo jovenzinho.''
''Do talento, nem falar, se sabe como terminou. Eu posso contar de um homem muito simples e sempre pendente de qualquer situação para poder contribuir.''
''Me ajudou demais, ele vinha de família pobre e comecei mais ou menos nas mesmas situações. Diego se dava conta dessas coisas. Como já podia com o dinheiro, tentava resolver. Ele teve muito a ver com minha estreia em 1981.''
Em março de 1982 na Bombonera, Polaco enfrentou o Rosario Central de Edgardo Bauza, hoje técnico do São Paulo.
Foi 1×1 – como o Trujillanos x São Paulo na Venezuela.