Patadas y Gambetas

Cinco coisas a saber de Ramón Díaz, o ‘louco lindo’ que enfrenta o Brasil

Tales Torraga

Fundamental para Dunga, o Paraguai x Brasil de Assunção às 21h45 põe a Seleção à frente de um enorme símbolo da loucura argentina no futebol: Ramón Díaz, 56 anos, técnico do Paraguai que já eliminou o Brasil da última Copa América.

El Pelado Díaz, o careca Díaz, pelo seu corte quando novo, é o que os portenhos chamam de 'loco lindo'. Um figuraça. Contamos cinco curiosidades suas:

1) GOZAÇÕES
Pelo River, ninguém nunca colocou tanto fogo na rivalidade com o Boca como Ramón. Ele tripudia o rival desde quando jogava, nos anos 70, até hoje.

Em mais de uma vez como técnico, entrou ou saiu da Bombonera de nariz tapado. É a forma argentina mais comum de gozar o Boca Juniors pelo apelido de bostero.


No último superclássico que disputou lá – vitória por 2×1 em 2014 com gol no fim – mostrou à barra brava mais violenta da Argentina, a 12, que eles não faziam barulho.

Pouco antes, 2013, ofereceu pirulitos aos jogadores de um Boca repleto de jovens.

2) APOSTAS COM MACRI
Essa rivalidade impulsionou – e formou – a relação de Ramón Díaz com o então mandatário do Boca e hoje presidente da Argentina, Mauricio Macri, de quem foi cabo eleitoral na eleição do ano passado.

Fazem apostas até hoje. Em 1999, foi uma caminhonete. Ganhou River 2×0. O veículo sorteado pelos jogadores ficou com o meio-campista Víctor Zapata.

3) TAL FILHO, TAL PAI
Ramón Díaz era adolescente quando perdeu o pai para o Mal de Chagas. E seu filho, Emiliano, de 32 anos, é seu assistente técnico desde 2011.

A relação, claro, é criticada por ser motivada pela família e não por méritos técnicos – embora juntos os dois tenham sido competentes campeões no River em 2014.

Ramón chorou de forma incomum por este título. E foi muito abraçado por Emiliano.

4) GOLAÇO NO BRASIL DE 1982
Ramón Díaz foi dos grandes atacantes do mundo nos anos 80. Campeão mundial juvenil em 1979 com Maradona, seu desempenho na seleção só não foi mais frequente por brigas com El Diez. Daí sua ausência nas Copas de 1986 e 1990.

Em 1982, chutou de longe no ângulo (instantes depois de Maradona chutar o estômago de Batista) para fazer o gol de honra no Brasil 3×1 Argentina do Sarrià.

5) ANGELITO
Nome: Ramón Ángel Díaz. O Ángel é homenagem do pai fanático pelo River a Ángel Labruna, atacante, técnico e hoje gigante estátua de verdade em Núñez.


Ramón estreou no River em 1978 com Labruna como técnico-quase pai. A relação entre ambos teve uma briga ou outra, mas foi das mais produtivas daqueles tempos.

Hoje, Ramón é bandeira no Monumental ao lado do mestre que fez questão de bater nas conquistas como treinador. Ramón tem dez títulos pelo River, oito Nacionais e dois internacionais (Libertadores 1996 e Supercopa 1997). Labruna, sete Nacionais.

Falando em Monumental, durante muitos anos a torcida vibrou com seus times gritando inflamada, explodindo de verdade: ''Oy, oy, oy, oy! Es el equipo de Ramón''.

Como no sucesso do Kapanga: Ahí viene Ramón, la alegria de mi alma. A música é grande referência popular a Díaz mesmo sem ser inspirada nele. Cuidado, Brasil.